Baiano ouro do Boxe no Pan 2007 vive de bicos e falta de reconhecimento
Ouro no Pan-Americano, boxeador tentar superar a perda da esposa e gostaria de mais reconhecimento pela sua conquista
O boxeador Pedro Lima, medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro 2007, vive hoje em uma situação inversamente proporcional a sua glória esportiva. Vivendo de “bicos”, o pugilista vive com a dor recente da perda da esposa.
“Depois que eu me aposentei, minha vida não digo que está ruim, fome não passo… Sempre fui correria, batalhei. Mas de toda essas perdas, o que eu mais sofro é a perda da minha mulher. É a dor principal. Eu daria tudo. Daria título, casa, daria a minha vida para ela estar aqui comigo. Eu não desejo para ninguém. Depois que minha mulher se foi, eu só estou de pé porque tenho dois filhos. Se não eu já teria me entregado”, afirmou o atleta em entrevista ao portal globoesporte.com.
Apesar do ouro no Pan, Pedro não conseguiu emplacar na carreira e acabou de fora dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, um ano depois. Naquela época, a vitória no Pan não dava vaga direta as olimpíadas, o que prejudicou a caminhada do pugilista.
“Um dos momentos mais difíceis da minha vida. Vontade de participar dos Jogos Olímpicos, mas não consegui participar. Fiquei abatido, pensei em parar de lutar. Não desisti devido à força que minha esposa me deu. Minha esposa me abraçou. Disse que a gente não vive só de vitórias. Eu continuei e fui campeão várias vezes”, relembra.
Morador do bairro de Nova Brasília, Pedro Lima corre atrás de sustentar a casa e hoje faz todo tipo de serviço, de ajudante de pedreiro a descarregador de caminhões. Sozinho e sem reconhecimento, o boxeador não esconde que tem tido problemas com a solidão.
“Quando dá 17h, que eu chego em casa e não encontro minha mulher me esperando, é uma dor tão grande que, desculpe dizer isso, mas tem vinte dias que eu só consigo dormir bêbado. Não consigo dormir porque só consigo lembrar dela. Não estou com depressão. Estou vivendo um momento ruim que eu sei que uma hora vai passar”, relata.